sábado, 5 de março de 2011

Presa na ampulheta

   Sinto a confusão dentro de mim, não quero mais saber de viver, mas é preciso. Nada mais importa e não consigo fugir desse sentimento, sem achar a chave desse cadiado que insiste em manter trancado o meu coraçao. Corro, corro até me cansar, encontro-me numa encruzilhada.
-e agora? Pergunto-me. Sozinha e perdida, com medo giro com minhas mãos em meus olhos, paro de frente para o meu novo caminho. Não sei se estou fazendo o certo, mas a essa altura não consigo pensar direito.
   Minhas mãos em minha cabeça, como se isso fosse me alcamar. Meu corpo já não me obedece mais, sem parar de chorar torno a correr para cada vez mais longe.
   Como um vulcão meu coração explode, mas não forte o suficiente para ter o devido impacto contra o cadiado. Mas fazendo com que uma série de lembranças viessem a tona. Caio de joelhos e com rosto em terra, quero apenas não sentir essa dor absurda ou apenas que o mundo gire para que esse tormento acabe logo.
   Porque minha vida é como uma ampulheta presa a mesa. Nada posso fazer, se não continuar a caminhar sem olhar para trás e sim para o alto.Onde vejo o céu azul, onde nele cruza a esperança entre as nuvens sem fim. A partir desse segundo, vejo a certeza crescer dentro de mim. Levanto-me com um impulso de coragem.
  Como um vulcão que entra em erupção são os meus sentimentos transbordando o em meu coração. Mas dessa vez fazendo com que a larva derrata o cadiado que tanto me aprisionava. Caminho em passos firmes e confiante.
   Quero apenas quebrar a ampulheta e espalhar as areias da minha vida para longe de tudo e todos. Viver novamente e eternamente, sem medo e confiante, respirando, apenas respirando.
   Sigo o caminho agora, sem medo nem tristeza, seco minhas lágrimas. Pois nada agora é capaz de me derrubar. Porque dos céus eu recebi a felicidade, esperança e coragem. Eu recebi a paz.

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