sábado, 21 de agosto de 2010

Falando de nuvens

 
 
Deitar no chão de barriga pro ar e olhar para o céu, contar figuras que as vezes só você vê. Nessa brincadeira, o vento é o escultor, aguçando nossa imaginação para melhor visualizar as formas que ele faz e desfaz num piscar de olhos.
Em conversa de nuvem e vento a gente tem de ser rápido, se não perde o fio da meada, num momento está bem ali diante de nossos olhos, no outro já não está mais... Puf! Simples assim. As vezes elas estão lá, branquinhas como algodão, dando um pouco mais de vida ao azul do céu. Outras vezes parecem bravas e sisudas, cinzentas, pesadas prontas para descarregar tudo de uma só vez no primeiro ventinho que der.
Custei a acreditar que fossem feitas de água. Por um tempo pensei que seriam apenas as mães da chuva que chega aqui em baixo. Uma vez sonhei que pulava de nuvem em nuvem, igual aos ursinhos carinhosos, coisa de criança mesmo. Acordei com uma sensação de frio na barriga, daqueles que a gente sente na montanha russa, foi ruim, mas foi bom também. Outro dia, não faz muito tempo, ouvi uma música na igreja que falava que Deus mora dentro da gente e não nos templos ou capelas por aí, o refrão me lembrou o tal sonho.
[...]Incomparável Senhor tu és, tua voz ressoa como um trovão, e as nuvens são o pó dos teus pés[...]
Foi isso então. O frio na barriga veio por que eu estava pertinho Dele, ou melhor, dos pés Dele. Imaginei como seria a sensação de estar mais próxima ainda. Deve ser incrível! Por enquanto que eu não sonho de novo, eu olho da janela e vejo os desenhos que só eu entendo. É quando Deus brinca comigo.

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